Já conheci muitos mundos, nesta minha vida.
Estive em tantos mundos, que ao lembrar, às vezes confundo um com os outros, pedaços de um no lugar dos outros, história de um na história de outros.
Entrei porta adentro e vi, que há mundos são quase iguais.
Lá estava eu, perambulando entre estes mundos como se fosse a perfeição. Pois de certo sempre soube que a perfeição estava no fato de eu não ter construído mundo algum.
Ao entrar nestes mundos eu trazia o bem, mas deixava também um mal.
Quando percebia que este mundo não era o meu, o mundo alheio se transformava então em uma prisão.
E sem saber o que fazer naquele mundo desconhecido,
Cantarolando uma musica triste, ia até uma janela, olhava para o céu, e me perguntava.
O que eu estou fazendo aqui?
No fim, uma mochila nas costas era a companhia,
Para trás ficava um desastre.
Um abandono, uma perda, uma dor.
Uma fuga desesperada por simplesmente não saber o que eu e aquele mundo estávamos fazendo, eu com ele, ele comigo.
Os mundos cresciam e eu encolhia,
E encolhendo cada vez mais em mim mesmo,
Percebo que meu mundo não construído cabe entre estas linhas, dentro de uma mochila,
Nos versos de uma triste canção, canção que cantarolo enquanto caminho…
É o mundo muitas vezes nos engolhe, as vezes achamos que somos nós que estamos engolindo ele e quando se percebe, somos apenas um pequeno grão de areia perdido no meio da imensidão.
Pára o mundo que eu quero descer!!!
Quero um espaço que não tenha tempo, pressa, não tenha horas, não tenha as preocupações, não tenha nada… quero voar sobre o mundo e olha tudo de cima… ficar um pouco alheio a tudo e só observar.
Mas pés no chão, eu não sei voar… e tudo o que posso fazer é continuar caminhando… o mundo é redondo, volto sempre para o mesmo lugar.
Mas o que me faz continuar caminhando é saber que mesmo chegando ao mesmo ponto de partida, o trajeto é audacioso e cheio de surpresas.